População idosa: entre velhos estereótipos e grande potencial de consumo

No primeiro dia de outubro, comemora-se anualmente o Dia Internacional do Idoso. Com o propósito de sensibilizar a sociedade para as questões que envolvem o envelhecimento e da necessidade de ter um olhar mais cuidadoso com a população idosa, em 1991, a Organização das Nações Unidas – ONU instituiu esta data para homenagear, passar mais carinho, respeito, cuidado e atenção à pessoa idosa.

A Organização Mundial de Saúde – OMS, determina que idoso é todo indivíduo que passou dos 60 anos, nos países em desenvolvimento e dos 65 anos nos países desenvolvidos.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE indicam que cerca de 15,1% da população atual do Brasil é constituída de pessoas com mais de 60 anos. Ainda de acordo com o IBGE, se essa tendência de crescimento continuar, a estimativa é que em 2050 os idosos serão quase 30% da população brasileira.

Principais estereótipos associados aos idosos

Não há como negar que é atribuído ao processo de envelhecimento estereótipos, inúmeros preconceitos e falsas limitações que afetam a saúde física e mental, o bem-estar, a dignidade e a qualidade de vida dos idosos.

O preconceito que o idoso sofre é tão grande que a ONU compara o ageísmo, que é a discriminação em razão da idade das pessoas, ao racismo e ao machismo no mundo.

Segundo a ONU, entre os estereótipos que são associados aos idosos em razão da idade estão:

a) Atribuir o esquecimento à idade
É fato que há casos de que a pessoa pode apresentar problemas cognitivos e de memória na idade mais avançada, mas isso não quer dizer que todo lapso de memória e esquecimento esteja relacionada à idade.

b) Os mais velhos já “tiveram a sua vez”
Na opinião de muitas pessoas o idoso deve deixar o caminho livre para os mais jovens, seja no mercado de trabalho ou em outras oportunidades. Isso é um erro, porque “o sol nasce para todos”, então o idoso tem o direito de, enquanto tiver forças, aproveitar e viver de forma plena como as pessoas de outras faixas etárias.

c) Os mais velhos são solitários
A solidão do idoso é determinada pelo meio em que ele está inserido. Portanto, cabem as pessoas que vivem em seu entorno, proporcionar uma vida social, com uma agenda ativa e com relações saudáveis para que o idoso se sinta como parte integrante da sociedade.

d) Os idosos estão “muito velhos para isso”
Quem deve decidir sobre suas limitações físicas devido ao envelhecimento é a própria pessoa. Neste sentido, antes de excluir o idoso de um passeio ou de outra atividade qualquer, pergunte sua opinião para saber se ele tem motivação de participar.

e) Infantilizar o idoso
É altamente prejudicial a saúde do idoso, quando as pessoas duvidam da sua capacidade de morar sozinho, de estar apto a trabalhar e de entender o mundo em sua volta, ou seja, trata o idoso como se fosse uma criança que não tem capacidade de decidir coisas básicas da sua vida.

Na verdade, ocorre que, apesar do processo de envelhecimento ser uma experiência universal inerente a todas as formas de vida e, em todos os tempos, o mesmo tem sido altamente estereotipado.

Então, é imperioso que os diferentes setores da sociedade combatam todos esses estereótipos e que entendam que pessoas idosas saudáveis e independentes contribuem para o bem-estar da família e da comunidade em geral e para isso precisam ter participação plena no meio em que vivem.

Estratégias para o mercado de consumo conquistar o consumidor idoso

Como a expectativa de vida tende a crescer cada vez mais, percebe-se que, a terceira idade está se tornando uma grande força no mercado de consumo. As empresas que souberem analisar, compreender e satisfazer as necessidades e os desejos específicos desse público, que muitas vezes é ignorado pelo mercado, pode conquistar essa fatia da população com mais facilidade.

Estudos sobre o comportamento do consumidor idoso apontam que, como ele tem mais recursos financeiros, maior poder de decisão que outras faixas etárias, graças à experiência de vida e a poupança financeira, mais de um quarto das vendas de bens de alto consumo é feita para as pessoas idosas. Diante disso, as marcas que adotarem uma estratégia de marketing bem planejada o retorno financeiro será garantido.

Cabe ressaltar que, como acontece com os outros tipos de consumidores, há comportamentos de compra distintos entre a geração mais velha, pois uns focam na qualidade e no preço do produto, enquanto outros focam nos benefícios à saúde e na qualidade de vida.

Para se aproximar e fidelizar essa faixa de consumidores é preciso que a marca adote estratégias para adaptar seus produtos ou serviços às suas necessidades, compreendendo suas particularidades, preferências, atitudes e estilo de vida.

A seguir, elencamos algumas estratégias que sua marca pode adotar para conquistar e fidelizar o consumidor idoso. Confira!

Investir em atendimento humanizado e personalizado
As gerações mais velhas valorizam muito a experiência pessoal e o relacionamento com o estabelecimento onde fazem suas compras. Diante disso, é essencial para a marca conquistar esse público, que ao entrar na loja o idoso seja atendido prontamente, de forma humanizada e personalizada. Outra dica importante é que como as pessoas mais velhas gostam de conversar e contar suas histórias é sempre recomendável mostrar disponibilidade para conversar em qualquer estágio da jornada de compra.

Oferecer maior acessibilidade
Fazer adaptações para assegurar a acessibilidade de todos os clientes da marca, vai muito além de apenas cumprir a lei, significa garantir a humanização do atendimento. Por isso, além de facilitar a locomoção dentro da loja, recomenda-se também promover a acessibilidade visual, colocando os preços dos produtos em letras maiores e de fácil visualização.

Contemplar o consumidor idoso nas ações de marketing
É fato que o público da terceira idade está perto do consumo e da tecnologia, então não dá para deixa-lo de fora das campanhas de atração, engajamento e conversão. Não precisa necessariamente criar campanhas de marketing especificas para os idosos, mas torna-los mais representativos nas ações de marketing para que eles se sintam acolhidos e conectados com a marca.

Reforçar a usabilidade
Pesquisas indicam que cada vez mais aumenta o número de pessoas idosas que faz suas compras pela internet. Por isso as empresas de e-commerce devem facilitar o processo de compra, para não perder o cliente por ter encontrado dificuldades para navegar no site da loja. Isto quer dizer que o layout do site deve ser intuitivo e de fácil assimilação para qualquer pessoa. Por exemplo, os comandos de “comprar agora” e “acompanhe seu pedido”, devem estar bem visíveis.

Criar conteúdos específicos para os idosos
Sabe-se que as pessoas da terceira idade possuem interesses comuns como saúde, alimentação saudável, bem-estar, família, lazer e outros assuntos característicos do processo de envelhecimento. Mas também se interessam por outras coisas como os hobbies e outros passatempos de quando eram mais jovens. Então, crie conteúdos sobre esses temas, utilizando uma linguagem textual e visual clara e objetiva, evitando as gírias modernas, jargões técnicos e termos muito complexos, assim fica mais fácil da pessoa idosa se identificar com a sua marca.

Facilitar a comunicação
Todo consumidor gosta de se sentir acolhido e de ter respostas para suas dúvidas. Com o idoso não é diferente, por isso é essencial que a marca facilite a comunicação, seja via WhatsApp, chat nas redes sociais ou contato via telefone, durante todas as etapas da jornada de compra. O cliente idoso deve ser assessorado por um sistema de comunicação direcionado que minimize suas possíveis dificuldades.

Focar nos benefícios do seu produto ou serviço
A geração mais velha, de modo geral, não fica mudando seus hábitos de compra toda hora, ou seja, é característico desse público ser mais cauteloso e leal ao estabelecimento a qual está acostumado comprar. Por isso para conquistar o consumidor idoso é primordial focar nos benefícios do produto ou serviço do que no preço, além é claro de demonstrar que sua marca está comprometida com a segurança do cliente, no que diz respeito à privacidade dos seus dados, métodos de pagamento, entrega, troca e devolução.

Estão aí, pois, algumas estratégias que podem ajudar as empresas do mercado de consumo a se adaptar para conquistar essa fatia do mercado que não para de crescer. Afinal a geração mais velha está cada vez mais ativa, atualizada, saudável, financeiramente estável e conectada com o mundo digital.

A geração mais velha merece sempre ser reverenciada com toda gentileza, cuidados, atenção, doçura, alegria e respeito. “A pessoa idosa traz um potencial cultural e histórico e, no trabalho, isso lhe dá condições de olhar para o passado, o presente e o futuro com visão ampliada” (Fórum Internacional da Longevidade 2022).

Deixamos aqui nosso abraço carregado de carinho, afeto e respeito a todos os idosos.

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