Aspectos importantes sobre o poder de compra

Entra governo e sai governo e a história continua a mesma. Toda vez que o brasileiro vai pagar suas contas básicas, abastecer o tanque do carro ou pagar suas compras de supermercados e farmácias ele percebe que, de forma generalizada, a cada ano os preços de produtos e serviços ficam mais caros.

Esse cenário faz com que a população precise reservar cada vez mais dinheiro para pagar as despesas mensais, porque aquela quantia não é mais suficiente, isto quer dizer que seu dinheiro perdeu o poder de compra.

O que é poder de compra?

O poder de compra é a capacidade de adquirir bens e serviços com determinada unidade monetária, ou seja, é a relação entre o valor do dinheiro e o valor dos produtos. Ele está diretamente ligado as variáveis macroeconômicas, como a inflação. Logo, quando os níveis de preços aumentam, o poder de compra da renda da população diminui.

Como funciona o poder de compra?

Na prática, o poder de compra demonstra o que uma pessoa consegue comprar, por meses ou anos seguidos, com a mesma quantidade de dinheiro, ou seja, se com a mesma quantia a pessoa consegue comprar mais da mesma mercadoria o poder de compra aumenta, mas se comprar menos o poder de compra cai.

Para ilustrar o raciocínio, basta recordar quanto custava 1 kg de arroz há cinco anos e quanto custa atualmente. Caso a pessoa tenha que desembolsar mais dinheiro para comprar o mesmo produto, isso indica que houve redução do seu poder de compra neste período.

Quando há aumento nos preços de produtos e serviços, significa que as pessoas têm que realizar tudo com menos dinheiro. Neste sentido, o Banco Central faz uma pequena intervenção, como por exemplo, facilitando o acesso à empréstimos ou reduzindo as taxas de juros para que a população volte a comprar mais e reequilibrem a lei da oferta e da procura.

Quais as formas de calcular o poder de compra de um país?

Há diferentes técnicas para calcular o poder de compra de um país, como:

a) Paridade de Poder de Compra – PPC: método alternativo à taxa de câmbio desenvolvido pelo Fundo Monetário Internacional – FMI.

b) Índice Big Mac: é um índice criado e calculado pela Revista The Economist baseado no preço médio do sanduíche Big Mac da rede McDonald’s.

c) Iphone Index: este índice relaciona o valor do smartphone, usando o dólar como referência, para comparar ao salário médio em diferentes países.

Entretanto, o principal medidor do poder de compra de uma população é o índice de inflação do lugar onde mora. No Brasil é o Banco Central que estipula metas da inflação e das políticas monetárias do país.

Para que serve a mensuração do poder de compra?

Medir o poder de compra serve para identificar o equilíbrio ou o desequilíbrio entre os rendimentos que a população do país recebe e o que ela gasta. De certa forma o poder de compra termina sendo um indicativo sobre a saúde econômica de um país.

Quando a população começa a compra menos do que antes, não conseguindo adquirir, com sua renda, nem os itens de necessidade básica é sinal de que os valores estão em desiquilíbrio, e com isso as empresas não conseguirão evoluir nos negócios e toda a economia sairá prejudicada.

Por outro lado, se o poder de compra for muito elevado, a demanda aumenta e as empresas não dão conta de atender ao mercado consumidor. Por isso que o poder de compra é constantemente regulado pelos órgãos econômicos.

Como manter o equilíbrio do poder de compra?

Para que as moedas de todos os países não entrem em um movimento natural de desvalorização, os Bancos Centrais de cada país estão frequentemente adotando medidas para equilibrar esse movimento.

Como já foi mencionado, o aumento e a redução do poder de compra da população de um país têm relação direta com fatores macroeconômicos como: índice da inflação, desvalorização moeda, crises econômicas e políticas e de decisões do Banco Central. Portanto, é algo incontrolável pelos cidadãos.

Entretanto, mesmo não tendo controle sobre os fatores que afetam a inflação e a deflação do país é importante que a população entenda como frear os impactos que esse fator tem sobre suas finanças e no seu poder de compra.

Dessa maneira é preciso estar sempre bem-informado sobre situações como: índice da inflação, desvalorização cambial, mudanças na política monetária, crises econômicas, políticas e até climáticas, os movimentos do Banco Central e assim por diante.

Medidas para amenizar os efeitos da perda do poder de compra

Segundo especialistas em finanças existem algumas medidas que a população pode lançar mão para amenizar os fatores que lhe são externos e se blindar em situações desfavoráveis para a sua saúde financeira. Como, por exemplo:

1) Procurar formas de aumentar a renda mensal

Ter um segundo plano para complementar a renda salarial é sempre bom. Atualmente existem diversas atividades práticas e simples de complementar a renda, até mesmo sem precisar sair de casa. Então, escolha dentro de suas possibilidades profissionais e de tempo alguma atividade que possa contribuir para melhorar seus rendimentos mensais.

2) Adotar medidas para rentabilizar seu dinheiro

Não é preciso dizer que “dinheiro parado tende a desvalorizar mais rapidamente”, logo um dos caminhos para vencer as oscilações da inflação e manter o poder de compra individual é procurar investir em ativos que proporcionam ganhos reais, isto é, com retorno acima dos índices da inflação. Uma boa ideia é aplicar em investimentos de baixo risco, de alta liquidez, de retornos rápidos e que possa ser sacado a qualquer momento de necessidade.

3) Organizar as finanças pessoais

Para manter seu poder de compra, é fundamental que a pessoa respeite seu padrão de vida, de modo que os seus rendimentos mensais deem para pagar aquilo ela consome sem grandes dificuldades. O melhor caminho para atingir esse objetivo é ter um bom planejamento financeiro, para anotar o que ganha e o que gasta, para localizar os produtos e serviços que ficaram mais caros, para identificar onde está a maior concentração de gastos e para analisar em que situação há possibilidade de cortar gastos.

Fazer um bom planejamento financeiro vale a pena, pois evita o alto custo do endividamento que é algo que mancha a reputação financeira da pessoa e consequentemente contribui para reduzir o poder de compra.

4) Manter o foco e a disciplina financeira

Manter o controle sobre as despesas doméstica, evitar as compras por impulso, fugir das dívidas, manter o equilíbrio entre gastos essenciais e gastos supérfluos, poupar e investir bem o dinheiro é uma tarefa contínua que exige foco e disciplina, mas que é fundamental para manter o poder de compra do seu dinheiro.

5) Repensar os hábitos de consumo

Sabe-se que a inflação não é uma questão para se resolver de forma individual, contudo cada pessoa pode analisar e encontrar melhores maneiras para gastar o seu dinheiro.

Um dos caminhos é repensar seus hábitos de consumo, adotando atitudes de consumo mais econômicas e sustentáveis, tais como: monitorar os preços de produtos que pretende comprar e esperar o momento certo para efetivar a compra; evitar o desperdício de alimentos, planejando as quantidades antes de comprar e aproveitando-os em sua totalidade na hora de preparar; privilegiar produtos de limpeza concentrados; reduzir o consumo de água e energia; fazer opção por produtos com refil; avaliar bem, se é realmente necessário substituir um equipamento eletrônico por um novo, entre outras atitudes que podem impactar de forma positiva nas suas finanças.

Bem, não é porque o aumento e a redução do poder de compra da população têm relação direta com fatores macroeconômicos e que a atualização salarial, nem sempre á proporcional ao crescimento das despesas que se deve ficar com os braços cruzados.

Pode até parecer pouco, mas fazer uma análise do poder de compra no nível individual pode ajudar a ter melhor entendimento do poder de sua renda real e assim organizar melhor, dentro das suas possibilidades, seu planejamento financeiro pessoal para amenizar os efeitos da perda do poder de compra.

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