Tipos de gorduras: quem é a mocinha e quem é a vilã dessa história?

Não é novidade para ninguém que para nosso organismo funcionar de forma balanceada e livre de doenças necessita de diversos nutrientes que podem ser encontrados em uma diversidade de alimentos. Cada tipo de nutriente desempenha uma função específica, entre os quais se encontram as gorduras.

Houve um tempo em que, no meio clínico e acadêmico, a gordura, sem nenhuma ressalva ocupava o posto de vilã, pois era tida como uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento da obesidade e de todas as alterações associada à mesma.

Com o passar do tempo, as pesquisas foram comprovando as funções importantes que as gorduras desempenham no organismo humano e essa questão foi se desmitificando e as gorduras gradualmente voltaram a fazer parte de a rotina alimentar. Ficou constatado que usando o tipo certo de gordura e de maneira correta esse nutriente pode ser um aliado no combate a obesidade e a outros tipos de doenças crônicas.

As gorduras fazem parte do grupo de nutrientes que desempenham funções essenciais para o bom funcionamento do nosso organismo, porque fornecem energia para as células do corpo, participam da produção de hormônio, auxiliam na absorção das vitaminas e no controle da temperatura corpórea.

Tipos de gordura presentes nos alimentos

As gorduras devem ser ingeridas diariamente, em quantidade adequada e dar preferência às gorduras do bem. Existem três tipos de gordura presentes nos alimentos, que são:

1) Gordura saturada

A cadeia de ácido graxo desse tipo de gordura é completamente saturada com átomos de hidrogênio. Devido suas características físico-químicas, geralmente é uma gordura sólida. A ingestão em excesso dessa gordura aumenta o risco elevar os níveis de colesterol, principalmente o LDL, aquele que é depositado nas artérias.

As principais fontes de gordura saturada são: manteiga, banha, toucinho, torresmo, carnes e derivados, leite e derivados, alimentos industrializados. Aparece também em algumas fontes vegetais como óleo de coco e de palma.

A Organização Mundial de Saúde – OMS recomenda que a ingestão dessa gordura não ultrapasse 10% das calorias ingeridas no dia. Para pessoas que tem fator de risco cardíaco, o índice limitado é 7%.

2) Gordura monoinsaturada

Ácido graxo com uma ligação dupla na molécula, a gordura monoinsaturada desempenha uma função importante no controle dos níveis de colesterol no sangue, na manutenção da integridade da membrana das células e possui ação antioxidante.

Está presente em alimentos como: abacate, azeite de oliva, amendoim, castanhas, nozes, amêndoas, semente de abóbora, entre outros.

A quantidade recomendada de consumo de gordura monoinsaturada, pela OMS é de 15% a 20% do valor calórico diário ou 33 a 44 gramas, para uma dieta de 2.000 calorias.

3) Gordura Poli-insaturada

Ácido graxo com mais de uma ligação dupla na molécula, a gordura Poli-insaturada é representada pelo ômega 3, que age na redução dos níveis de triglicerídeos no sangue e pelo ômega 6, que possui um efeito cardioprotetor e ajuda a reduzir os níveis de colesterol no sangue.

Essas substâncias, essenciais para o organismo, precisam ser adquiridas por meio dos alimentos, visto que nosso corpo não as produz. Suas principais fontes são: óleos de peixes, como salmão, pescada, atum e sardinha; nozes, sementes de chia, linhaça e girassol e óleos vegetais como de milho, açafrão, girassol, soja e canola.

Apesar de saudável as gorduras poli-insaturadas não devem ser consumidas em excesso, pois são susceptíveis a oxidação, fator que pode aumentar o risco de cálculos e aterosclerose.

Na verdade, nenhum alimento natural dever ser excluídos da rotina alimentar. Por isso que as gorduras que no passado ocupava, sem nenhuma ressalva o posto de vilã, pode e deve ser consumida diariamente, desde que seja em quantidade adequada e dar preferência às gorduras do bem.

Sabe quem é considerada a verdadeira vilã dessa história?

Pois é, tudo indica que entre as gorduras há sim uma grande vilã, que é a gordura trans industrial, também conhecida como gordura vegetal hidrogenada que é um tipo de ácido graxo desenvolvido por Paul Sabatier, químico francês que ganhou o Prêmio Nobel de Química por essa invenção.

Há comprovação cientifica de que a gordura trans causa graves danos a nossa saúde como, por exemplo: aumenta os níveis do mau colesterol, o LDL e reduz os níveis do bom colesterol, o HDL no sangue e com isso eleva o risco de acidente vascular cerebral, infarto e arteriosclerose.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, a utilização de gorduras trans industriais em alimentos está associada à cerca de 160 mil mortes nas Américas, e de 500 mil mortes em todo o mundo.

Por isso que há muitos anos que a OMS vem recomendando a todos os países do mundo que proíbam o consumo de gordura trans. Atualmente, mais de 60 países já contam com medidas regulatórias para restringir esse tipo de gordura nos alimentos, entre eles está o Brasil que, desde janeiro de 2023 baniu totalmente o uso de gordura trans para fins de consumo, respeitando a RDC n.º 332, de 23 de dezembro de 2019.

Segundo a OMS ainda são muito os países, principalmente os de baixa renda, que não adotaram nenhuma medida para erradicar o consumo de gordura trans. Esse fator faz com que mais de cinco milhões de pessoas em todo o mundo ainda permanecem expostas ao perigo da gordura trans.

Existe também a gordura trans de origem animal que são encontradas em pequenas quantidades em carnes e de produtos derivados do leite de ruminantes. Cabe ressaltar que a proibição do consumo de gordura trans é exclusivamente para aquela de origem industrial.

Por isso, ainda é possível encontrar essa substância na informação nutricional dos alimentos. Caso a quantidade seja igual ou inferior a 0,1 gramas por 100 g ou ml e por porção de alimento, pode ser declarada como zero na tabela nutricional.

Todos os dias, nos deparamos com pesquisas científicas que sinalizam que o segredo para reduzir os riscos de doenças e viver com mais energia e disposição é se alimentar de maneira equilibrada, variada e mais natural possível.

Então, procure sempre fazer escolhas mais saudáveis e naturais possíveis e fique longe de produtos com gordura trans e cultive o hábito de ler os rótulos das embalagens dos alimentos para saber detalhadamente quais as substâncias que está ingerindo.

Outro hábito que você pode cultivar é sempre buscar melhor maneira de economizar tempo e dinheiro nas compras de supermercado. Para isso é só vir para o ByPantry que você vai abastecer sua dispensa com economia, praticidade e sem sair de casa.

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