O que é Metaverso e o que ele Representa para o Comércio Varejista

Na história, o comércio varejista percorreu um longo caminho desde as primeiras transações, iniciadas com uma simples troca de mercadorias até chegar ao modelo aperfeiçoado que conhecemos hoje.
A história nos mostra que muitas guerras foram travadas pela conquista de importantes rotas comerciais, dando origem as Grandes Navegações responsáveis pela colonização de diversos países. Isto demonstra que o comércio e a economia têm o poder de impulsionar guerras e que sempre estiveram ligados às mudanças que marcaram a história da humanidade.
O surgimento das primeiras moedas no século VII a.C pode ser considerado o ponto marcante na evolução do comércio já que o dinheiro passou integrar as negociações de mercadorias.
A partir desse momento, o mercado varejista passou a conviver com um consumidor cada vez mais informado e exigente e com isso precisou desenvolver estratégias mais arrojadas, com integração de diversas tecnologias para tonar a sua marca mais envolvente e confiável.
Segundo a CEO da GDR Creative Intelligence, Kate Ancketill algumas tendências tecnológicas que os especialistas tinham previsto para três, quatro, cinco anos foram aceleradas e já estão presentes no momento atual. A CEO destaca três aspectos que foram antecipados e estão em ritmo acelerado que são: as transformações das lojas físicas em ponto de apoio ao varejo digital, à mudança de conceito do e-commerce para o out-of-commerce que precisa ser mais intuitivo, mais interativo e mais divertido para os consumidores modernos e o metaverso que apesar de ser uma tendência prevista para longo prazo existem empresas que já estão testando e sendo bem sucedidas usando essa ferramenta.
Desde o fim de 2021, metaverso se tornou uma das palavras mais buscadas da internet, sobretudo após o fundador da empresa Facebook, Mark Zuckerberg anunciar a mudança do nome da companhia para Meta, declarando que o foco passaria estar no mercado de realidade virtual (VR) de realidade aumentada (VA).
De acordo com a Wikipédia “metaverso é a terminologia para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais. É um espaço coletivo e virtual compartilhado, constituído pela soma de realidade virtual, realidade aumentada e internet”.
Em outras palavras a usabilidade em nosso cotidiano de tecnologias como a 5G e realidade aumentada de forma integrada se materializa na criação de um novo universo em que as pessoas se sentem parte daquela situação ou ambiente, isto é o metaverso vai além de simplesmente navegar na internet, com ele será possível vivencia-la por dentro.
Para o jornalista, editor de conteúdo do Nubank, Johnatan Castro o termo metaverso não se refere a nenhum tipo específico de tecnologia, mas sim uma ampla mudança na forma de interagirmos com o mundo digital, “isto porque, na prática, a sensação seria de está totalmente imerso nesse universo virtual, em uma união da realidade aumentada com a realidade virtual. Ou seja, as telas planas de celulares, computadores e tablets seriam substituídas por uma experiência tridimensional, em que seria possível interagir com objetos e informações variadas”.
Embora essa tecnologia pareça um pouco distante ela já vem sendo usada gradativamente em jogos de realidade aumentada, que é o caso do Pokémon Go e o Fortnite que são jogos online que o jogador pode socializar e construir mundos virtuais com inúmeros outros jogadores.
Temos como exemplo para começar entender essa perspectiva a utilização de filtros no Instagram, em que as pessoas podem parecer extraterrestres, supermaquiadas, animais e personagens, ou seja, as pessoas podem brincar de criar forma como que apresentar sua figura digital. Isto nos faz acreditar que em um futuro não muito distante as linhas entre o digital e o real ficarão ainda mais difíceis de serem delineadas.

Aplicação do Conceito Metaverso no Comércio Varejista

A utilização do metaverso vai além dos jogos e entretenimentos, ele vem se convertendo em uma interface pela qual possibilita que as marcas criem linhas e coleções 100% virtuais, graças à realidade aumentada e aos avatares digitais, colaborando para aumentar as vendas do varejo.
A previsão dos especialistas em tecnologia era que o conceito metaverso fosse aplicado no varejo daqui uns cinco anos, entretanto diversas marcas do setor varejista já estão se movimentando para entender melhor essa tecnologia para aplicar no seu negócio e melhorar ainda mais a experiência de compra de seus clientes.
A promessa é que o metaverso vai quebrar de vez a barreira entre o espaço virtual e o espaço físico, mudando efetivamente a forma como as pessoas e as empresas vão interagir uns com os outros e com o mundo. São muitas as oportunidades que essa inovação tecnológica pode trazer para comerciantes e consumidores.
Os varejistas que tiverem com seu empreendimento na plataforma de metaverso poderão lançar as novidades da sua loja, divulgar suas promoções e interagir de forma mais efetiva com os clientes.
Além de beneficiar os varejistas, a aplicação do conceito metaverso no varejo vai trazer vantagens também para os consumidores que vão poder fazer suas compras no mundo real e ter a chance de ganhar recompensas virtuais como Non-fungible-Token – NFTs ou Token não fungível, que são um tipo de investimento digital que o cliente pode usá-lo no espaço digital.
Outro ponto positivo desse recurso é que permite que o cliente pule algumas etapas da sua jornada de compra, uma vez que a aquisição da mercadoria pode ocorrer de modo imediato através do smartphone.
Tudo indica que a aplicação do conceito metaverso no varejo será um sucesso se os varejistas e empreendedores vencerem o desafio de entender como seus clientes querem se relacionar nesses ambientes.

Exemplos Práticos da Aplicação do Conceito Metaverso no Varejo

Como já foi exposto o metaverso oferece a varejistas e consumidores uma experiência de compra mais imersiva e interativa. Destacamos alguns exemplos práticos de marcas que já atuam no metaverso.
Nike – esta empresa de material esportivo anunciou recentemente a compra da RTFKT, empresa que fabrica tênis virtuais e utiliza NFTs, autenticação blockchain e realidade aumentada. O propósito da Nike com esta aquisição é conectar seus tênis físicos com as versões digitais e assim conquistar aqueles clientes que gostam da união da moda e os games. A Nike também está desenvolvendo seu próprio mundo virtual em parceria com a Roblox com o nome de Nikeland;
Lacta – esta empresa de chocolates apostou na experiência interativa do metaverso para oferecer ao seu cliente uma experiência de interação com o universo da marca, fazendo com que o consumidor tenha a sensação que está fisicamente em um ponto de venda da Lacta.
Sephora (marca francesa de cosméticos) – pelo aplicativo Sephora Virtual Artist o cliente pode experimentar uma infinidade de tons de batons, sombras, cílios postiços, dentre outros itens, apenas por meio de uma selfie sem precisar pisar na loja;
Walmart – buscando atingir outro patamar de atendimento aos seus clientes através do metaverso, o Walmart está planejando lançar sua própria criptomoeda e criar uma coleção de NFTs, inclusive para compra e venda;
Stella Artois – patrocinadora de eventos diversificados, esta marca de cerveja está apostando no patrocínio dentro dos jogos online de corrida de cavalos em parceria com a Zed Run, plataforma baseada em blockchain;
Além dessas, as outras marcas que já estão aderindo ao metaverso são: Itaú (instituição financeira), Ralph Lauren (mercado da moda), L’Oréal (mercado de beleza), Renner (roupas e acessórios), Abercrombie & Fitch (retalhista de roupas), GAP (roupas e acessórios), entre outras.
Alguns especialistas ressaltam que apesar do metaverso ser uma realidade para algumas empresas, algumas das tecnologias necessárias para que o metaverso se torne real ainda precisam ser desenvolvidas, como por exemplo, os óculos de realidade virtual e outros equipamentos precisam se tornar mais acessíveis à população em geral.

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