Mercadinhos de Bairro: Segmento que Vem Batendo Recorde de Crescimento

No auge da pandemia, momento em que a população precisava fugir das aglomerações e redobrar os cuidados com a higiene, os mercados de bairros surgiram como uma boa solução para o consumidor fazer suas compras com certa segurança. Com o controle da pandemia, mas com a inflação elevada esse tipo de empreendimento continua batendo recordes de crescimento.
Com a redução do poder de compra grande parte da população brasileira está cada vez mais comprando apenas o necessário, pois não está mais conseguindo fazer grandes estoques de alimentos para passar o mês. Esse quadro contribuiu de forma significativa para a expansão do segmento de minimercado no Brasil entre os anos de 2018 e 2021. É o que indicou um levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae.
Os dados do levantamento do Sebrae apontam que o comércio varejista como minimercados, mercearias e armazéns, que vendem predominantemente produtos alimentícios, registrou uma alta na abertura de novos negócios no período de 2018 a 2021, sendo que o maior índice de crescimento ocorreu no período da pandemia que foi de 12% entre o ano de 2020 e 2021.
Vicente Scalia, analista da Unidade de Competitividade do Sebrae diz que esse resultado não é surpreendente, uma vez que além de ser um nicho que abriga diversos tipos de atividades em um só formato, como por exemplo, padaria, açougue e hortifruti, o segmento foi um dos poucos que não parou suas atividades durante a pandemia, por ser considerado serviço essencial. Soma-se a isso a escalada da inflação e a redução do poder de compra do consumidor que contribuíram para o crescimento dos mercadinhos de bairro.
O analista do Sebrae explica que “essa foi uma atividade que cresceu muito e ressalto principalmente o papel das compras menores, aquelas semanais. O poder de compra do brasileiro vem diminuindo e não há mais espaço para compra mensal. Com a alta dos preços dos alimentos e do combustível, o cliente se desloca, no máximo para um mercadinho no próprio bairro, onde adquire o necessário”.
Scalia destaca ainda que as mudanças de comportamento do consumidor impostas pela pandemia acelerou a implantação dos serviços de delivery e fez com que esse tipo de empreendimento iniciassem ou expandissem sua presença digital por meio das redes sociais, em especial do WhatsApp. Com isso o volume de empreendimentos continua crescendo e hoje são mais de 400 mil mercadinhos registrados em todo o país.

Pequenos Mercados Instalados Dentro de Condomínios e Empresas

Uma inovação que ganhou força nos últimos tempos no Brasil foi os minimercados instalados dentro de condomínios e empresas que permitem fazer compras rápidas de itens básicos, sem a necessidade de atendimento de um funcionário, com o pagamento via caixa eletrônico ou por meio de aplicativo, com atendimento vinte quatro horas por dia e em sete dias na semana e o melhor de tudo sem cobrar a mais pela conveniência.
No Estado do Espírito Santo, a empresa Imarket, especializada em mercados autônomos atua com duas marcas, a Market4u e a Zaitt.
De acordo com Roberto Prado, diretor da Market4u, a implantação de uma unidade requer somente uma área com parede de pelo menos quatro metros de comprimento. Normalmente, conta com 550 itens de alimentação, limpeza e bebidas. Se o condomínio ou da empresa autorizar, pode também ter uma adega ou um freezer para bebidas alcoólicas, que só é destravado via aplicativo por usuários maiores de dezoito anos.
O mercado autônomo da Market4u, que é o maior desse segmento que atua no Espírito Santo, funciona da seguinte maneira: a pessoa baixa o aplicativo da Market4u e faz seu cadastro. Pelo aplicativo ela pode visualizar os produtos disponíveis com seus respectivos preços. Uma vez escolhido o item desejado, basta selecioná-lo diretamente no aplicativo ou escanear/digitar o código de barra, e autorizar o pagamento, via cartão de crédito ou débito cadastrado.
Os minimercados em condomínios estão virando uma tendência interessante, por trazer facilidade e comodidade aos moradores e valorização para o condomínio.

Fatores Essenciais que Influenciam no Desempenho de Minimercados

Há diversos fatores específicos que pode determinar o sucesso de um minimercado. O Sebrae listou os fatores chaves que podem orientar os empresários que já estão nesse segmento e também ajudar aqueles que estão planejando abri um minimercado. Confira abaixo quais são eles:

• Localização: a escolha do local é determinante para o bom desempenho das vendas. A partir daí, o empreendedor vai definir toda a sua estratégia, o modelo de negócio e quais os produtos que vai comercializar baseado no perfil do público da região;
• Atendimento: a personalização do atendimento pode fazer o empreendimento se destacar em relação à concorrência. Sendo assim, é essencial conhecer bem os clientes, lembrando sempre que eles não são iguais e, portanto possuem necessidades diferentes;
• Relacionamento: é importante manter uma boa relação com a vizinhança onde o minimercado está localizado. Atitudes que aproximam o empreendedor dos possíveis clientes podem aumentar as vendas e transformá-los em divulgador do seu negócio;
• Comunicação visual: o espaço onde funciona o minimercado deve ser bem iluminado e que haja comunicação entre a escolha da fachada, do logotipo e das cores, por exemplo. Deve ter cuidado com o arranjo dos produtos, seguindo uma linha de acordo com suas características;
• Limpeza e conservação: esse fator deve ser tratado com muito cuidado pelo empreendedor. Pesquisas indicam que a limpeza estar entre os principais motivos para as pessoas escolherem onde fazer suas compras. O minimercado também deve ficar atento às exigências da vigilância sanitária;
• Capacitação de funcionários: toda a equipe que trabalha no minimercado deve estar empenhada em fazer o negócio dar certo, logo investir no treinamento de seus funcionários podem fidelizar clientes e aumentar suas vendas;
• Variedade de produtos: é importante para o sucesso do empreendimento manter uma variedade de produtos que atendam os desejos do clientes;
• Atenção às novas tecnologias: além de ter bons equipamentos, o empreendedor deve investir em tecnologias disponíveis no mercado para agilizar o atendimento, aumentar a produtividade dos funcionários e dar mais comodidade e segurança aos seus clientes. Além, é claro, de marcar presença constante nas redes sociais.

Podemos notar que os tradicionais mercadinhos de bairro estão ganhando cada vez mais importância na vida dos brasileiros e um espaço maior na economia do país. Isto é muito bom para facilitar a vida do consumidor que terá mais opções de escolher onde fazer suas compras com economia.