A Trajetória da polenta italiana até sua chegada ao Brasil

A culinária italiana figura entre as mais antigas, tradicionais e famosas do mundo e é marcada por massas, frutos do mar, vinhos, salames, queijos, além de outros pratos tradicionais como a polenta.

A origem da polenta italiana remonta do período do Império Romano, em que era um dos pratos mais consumidos pelos legionários romanos e pela população de modo geral. Nessa época a base para fazer a polenta era a farinha de aveia, embora às vezes utilizavam-se farinhas de outros cereais, como, por exemplo, o trigo.

Logo após a introdução do milho na Europa, no final do Século XV, o cereal, que é originário da América Central, começou a ser cultivado no norte da Itália, foi aí que a polenta passou a ser feita de farinha de milho e com uma rapidez impressionante se tornou o prato mais consumido na região de Vêneto e Friuli-Venezia Giulia e não demorou muito para dominar todos os aspectos da culinária italiana.

A polenta se tornou tão importante para a cultura gastronômica italiana que existem canções, poemas, pinturas e até livros para homenagear esse prato.

No Brasil, a polenta se popularizou com a chegada dos italianos, em 1870. Como os índios nativos já cultivavam o milho, desde a chegada dos portugueses ao país, ficou fácil para os italianos ter o principal ingrediente para o preparo da polenta.

Entretanto, a relação entre os imigrantes italianos e os índios não foi lá tão amigável, dessa forma, para manter a tradição de ter a polenta como parte de suas refeições diárias, os imigrantes começaram a plantar, colher e fazer sua própria farinha de milho.

E assim a polenta atravessou gerações e hoje é um prato apreciado não apenas pelos descendentes de italianos, mas por toda a população brasileira. Com grande variedade de preparo, podendo ser cremosa, recheada, grelhada ou frita, a polenta é facilmente encontrada nos lares, em restaurantes e bares.

Festividades que exaltam a polenta

A polenta italiana ganhou tanto prestígio em terras brasileiras que o prato é o personagem principal de algumas festas típicas que acontecem em várias cidades brasileiras como, por exemplo:

Polentaço em Monte Belo do Sul (RS)

Nesta pequena cidade da Serra Gaúcha, que faz parte do Vale dos Vinhedos, a festa da polenta acontece bianualmente no mês de maio, desde 1996. Trata-se de uma festividade, que tem apresentação de grupos de danças italianas, shows musicais, exposição de esculturas feitas à base de polenta, barraquinhas que oferecem pratos diversos à base de polenta e o ápice da festa que é o tombo da polenta gigante, em que 800 quilos da iguaria são virados e servidos em porções aos visitantes gratuitamente.

Essa festa demonstra a valorização que a população confere a esse símbolo da culinária italiana que foi tão bem assimilada pelos brasileiros.

Festa da Polenta de Santa Olímpia (Piracicaba – SP)

Festividade tradicional, que acontece anualmente, desde 1991, na colônia trentino-tirolesa, no bairro de Santa Olímpia, na zona rural do município de Piracicaba, no estado de São Paulo, sempre no último final de semana do mês de julho. O bairro de Santa Olímpia é considerado um pequeno pedaço trentino no Brasil, visto que a maioria da população é descendente dos imigrantes que vieram das regiões italianas do Tirol e de Trento para o Brasil, no final do Século XIX.

Historicamente, a polenta figura entre os alimentos mais consumidos pelos descendentes dos imigrantes italianos. A Festa da Polenta de Santa Olímpia é uma forma de manter vivas as tradições, a herança cultural e a culinária dos antepassados. O evento é o momento de apresentação de toda a vida cultural do bairro, em que as pessoas de vestem de tirolês, praticam o dialeto, dançam e cantam a autêntica música tirolesa. Mas é claro que a grande estrela da festa é a polenta e suas combinações.

Festa da Polenta de Venda Nova do Imigrante (ES)

Considerado um dos maiores eventos gastronômicos do estado do Espírito Santo, a Festa da Polenta é realizada, desde 1979, sempre na primeira e segunda semana do mês de outubro, no município de Venda Nova do Imigrante, no sul do Estado.
Entretanto os preparativos da festa começam bem antes, mais exatamente no mês de março com o plantio do milho, que será utilizado para fazer o fubá, em julho acontece a Serenata Italiana pelas ruas da cidade, em setembro ocorre à colheita do milho plantado em março, para finalmente em outubro começar as festividades de exaltação a polenta.

Entre as atrações da festa tem o desfile de carros de boi, tropas e transporte do milho; visita a “Casa da Nona”, para conhecer um pouco mais da cozinha italiana; visita ao “Paiol do Nono”, onde é possível conhecer todo o processo de despalhar, debulhar e moer o milho usado para fazer a polenta; shows de música e de danças, almoços regados a muita polenta de todas as receitas e preparos diferentes e o famoso “Tombo da Polenta”, momento que é entornado de um panelão gigante mais de uma tonelada de polenta. Este é um espetáculo a parte, assistido por em milhares de pessoas.

A panela usada para preparar 1.200 quilos de polenta é de aço fundido e tem capacidade de 1.390 litros e é uma réplica perfeita das panelas usadas nas cozinhas das nonas. O cozimento da polenta é feito lentamente, em fogão a lenha para apurar o paladar.

Um fato curioso é que a Festa da Polenta de Venda Nova do Imigrante, desde a sua idealização pelo Padre Cleto Caliman, é organizada por voluntários e de cunho filantrópico.

Esses eventos gastronômicos com sabores da culinária italiana é uma forma de reproduzir a cultura e de preservar o legado dos imigrantes italianos que tem participação importante na formação da cultura brasileira.

Não importa se a polenta é servida, cremosa, dura, grelhada, frita, pura ou recheada com queijo, ovos, linguiça e molhos, o fato é que depois de, nos primórdios se considerada “comida de pobre”, essa iguaria se tornou sinônimo de bom gosto alimentar que está presente em lares de todas as classes sociais e dos mais simples aos mais sofisticados restaurantes do país.

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